quarta-feira, 2 de março de 2011

Música ao vivo nos bares do Gama é teste para os ouvidos!

 

Imaginem a cena... Em um barzinho pessoas bebem, conversam ao som de música ao vivo. Fácil de imaginar, não é?! No Gama é diferente. As pessoas não conversam, elas gritam. Elas cospem umas nas outras. Calma, isso não é um hábito do gamense! Elas gritam porque não conseguem ao menos se ouvir.  A música é tão alta que impede a azaração. “Oooi, tudo beeeeem?!” Depois de um berro desses, já não está tudo bem. Os artistas acham que estão fazendo um show ao ar livre. Eles esquecem que estão ali, como meros coadjuvantes da história - que é sua. Você é o centro das atenções. Cada frequentador é o protagonista da cena do barzinho e o músico é apenas o fazedor dessa trilha sonora.  

Na praça de alimentação do Gama Shopping, a coisa é mais grave. O Som é muito alto, de péssimo gosto musical (mas isso não se discute), o artista anda entre os frequentadores com um microfone estilo pop star anos 90, supondo divertir com suas investidas romantizadas de novela mexicana.  O cara parece ter saído de um jogo de pique - esconde e quando você menos espera, ele está sentado do seu lado, envergando um bigode do Belchior com o sorriso encantador do Charles Bronson. 


Belchior                                                                               Charles Bronson

Tanto na praça de alimentação do shopping, quanto nos bares, existe aqueles músicos que fazem questão de soltar uma piadinha no microfone quando você chega. Será que eles não percebem que a pessoa só quer tomar um chopp tranquilamente com seus amigos ou acertar um encontro romântico, sem ter que passar pelo constrangimento de todo o bar voltar às atenções para ela? Quando eu falei acima em “centro das atenções”, não foi dessa forma. Falei daquela forma que talvez você imagine: as pessoas te vêem, talvez comentem ao seu respeito, você cumprimenta seus pares e logo estará tomando sua merecida cerveja, ao som da música que lhe agrada e por isso foi até aquele bar.  
Não é pedir muito. 

Marcos Alexandre

 Abaixo um clipe com dois artistas que curto muito.  A música é de um cara que dispensa comentários ou gera muitos outros. No final o que vale a pena é a música!

 Para saber um pouco mais...

Nebulosas no Gama!

O Gama é uma cidade atípica culturalmente? Para respondermos a essa pergunta, precisaríamos de páginas infindáveis de respostas e muitas delas inconclusivas.  Tentarei aqui, lançar uma questão tão inconclusiva quanto, porém com meia página. Cadê o Gerente Regional de Cultura do Gama? As vésperas da festa da carne, a cidade não tem se quer um Gerente de Cultura. O país pipoca em foliões, e os daqui pipocam para outras cidades. Qualquer um sabe que é mais uma data de lucro para empresas, pequenos empreendedores, artistas do segmento e por ai vai.  Como se isso não bastasse, a administração da cidade manda derrubar “palcos concretos” - como é o caso da quadra 11 do Setor Oeste. Tudo bem, o palco estava parado há anos, mas agora com uma nova gestão, poderia tomar vida. Que nada, mataram-no de vez! Olha que era obra de Oscar Niemayer.
Muitos candidatos ao cargo surgiram, cada um com suas idéias e propostas. Todos eles foram barrados pela politicagem morosa e interesseira que já é de praxe. A resposta ao GRC sairá depois do carnaval? Mesmo que saia antes - foi tardia e prejudicial. O ano cultural da cidade só tem 10 meses. Perdemos janeiro e fevereiro, sem contar novembro e dezembro de 2010, após o resultado das urnas (a partir dali, já estávamos sem um representante da cultura). 
O Gama não é tão atípico assim nessa questão. Várias cidades do país sequer falam em cultura, mas nós não queremos igualar a elas. Queremos o melhor e queremos agora!

Marcos Alexandre